Saúde financeira da empresa: como medir e o que fazer para melhorar a gestão financeira do seu negócio

Notícias e artigos - 20 de junho de 2025

Você sabia que, segundo o relatório Sobrevivência das Empresas no Brasil do Sebrae, 45,8% das empresas encerraram suas atividades até o segundo ano de vida em 2008?

Embora essa taxa tenha caído para 23,4% em 2012, o estudo releva que a falta de planejamento e controle financeiro foi um dos principais fatores responsáveis pelos fechamentos precoces.

Esses dados só reforçam a importância de acompanhar de perto a saúde financeira da empresa, uma prática que vai muito além de simplesmente manter as contas em dia. Cuidar da saúde financeira é garantir fôlego para crescer, inovar e resistir às turbulências do mercado. 

Continue a leitura e entenda, na prática, como medir a saúde do seu negócio e o que fazer para fortalecê-la.

Por que medir a saúde financeira da empresa é crucial?

Medir a saúde financeira de uma empresa é como fazer um check-up: você identifica riscos, ajusta o que está fora do lugar e planeja o futuro com mais segurança. E não pense que isso é necessário apenas para empresas em dificuldades.

Empresas mundialmente conhecidas já enfrentaram crises por não darem atenção a indicadores básicos. Um exemplo é a Kodak, pioneira no ramo de fotografia, que viu suas receitas despencarem por falta de planejamento e visão de longo prazo. 

Já a Saraiva, referência em rede de livrarias, entrou em recuperação judicial após anos de desequilíbrio no fluxo de caixa e decisões financeiras mal alinhadas com as tendências de mercado.

Isso mostra que ignorar sinais financeiros pode ser fatal até mesmo para grandes players. Por isso, ter uma gestão financeira estruturada não é luxo, mas sim uma necessidade urgentes em todos os tipos de organizações.

Quais são os principais indicadores para medir a saúde financeira da sua empresa?

Se você é CEO, CFO ou diretor, precisa olhar muito além dos saldos bancários. Veja a seguir os principais indicadores que ajudam a interpretar a real condição financeira do seu negócio:

1. Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa é um termômetro essencial da saúde financeira da empresa, mostrando quanto dinheiro entra e sai do negócio em um determinado período. Um fluxo desorganizado pode mascarar problemas graves de liquidez, mesmo que as vendas pareçam saudáveis. Monitorar esse indicador evita surpresas como falta de capital para pagar fornecedores ou funcionários.

Dessa forma, manter um fluxo de caixa organizado possibilita que o empreendedor planeje melhor suas ações futuras, identifique necessidades de capital de giro e tome decisões mais assertivas para o crescimento sustentável do negócio.

2. Margem de Lucro

A margem de lucro (líquida ou bruta) revela qual percentual da receita se transforma em lucro. Se as vendas estão altas, mas a margem é baixa, pode ser um sinal de custos operacionais altos, precificação inadequada ou ineficiências na produção. 

Empresas com margens consistentes têm maior capacidade de reinvestimento e resistência a crises. Para contextualizar, o Sebrae apresenta margens de lucro médias por setor:

  • indústria: entre 6% a 8%
  • atacadista: entre 4% a 6% 
  • lojas e comércio: entre 10% a 15%
  • serviços: aproximadamente 20%

Essas médias servem como parâmetro para que gestores avaliem se a lucratividade da empresa está compatível com os padrões do setor. Se a margem estiver abaixo da média, é recomendável revisar os custos fixos e variáveis, a estratégia de preços e os processos operacionais para identificar oportunidades de melhoria.

3. Índice de Endividamento

Já o índice de endividamento mede a proporção de capital de terceiros (como empréstimos, financiamentos e contas a pagar) em relação ao capital próprio da empresa. Esse indicador é fundamental para avaliar a estrutura financeira do negócio e sua capacidade de honrar compromissos.

Um nível elevado de endividamento pode indicar maior risco financeiro, especialmente se os recursos obtidos não forem aplicados em investimentos que gerem retorno superior ao custo da dívida.

Embora não exista um percentual único ideal, é recomendável que as empresas mantenham um equilíbrio, evitando que o capital de terceiros ultrapasse significativamente o capital próprio. 

Esse equilíbrio varia conforme o setor e o modelo de negócio, mas a prudência na gestão do endividamento é sempre essencial para garantir a sustentabilidade e a saúde financeira da empresa no longo prazo.

4. EBITDA

O EBITDA (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) é um dos indicadores mais utilizados por investidores e gestores, pois revela a real capacidade de geração de caixa da empresa, livre de distorções contábeis e financeiras.

Empresas com EBITDA crescente geralmente apresentam operações mais eficientes, maior previsibilidade financeira e melhor posicionamento para atrair investidores ou acessar crédito com condições favoráveis.

De acordo com uma análise da Economatica, houve uma redução significativa na mediana da margem EBITDA anual das empresas brasileiras, com queda de 8% no resultado de 2022 em comparação ao ano anterior.

Esse dado reforça a importância de acompanhar esse indicador com frequência, comparando-o com benchmarks do setor para avaliar a saúde financeira da empresa e sua eficiência operacional ao longo do tempo.

5. Ponto de Equilíbrio

Por fim, o ponto de equilíbrio representa o volume mínimo de vendas necessário para a empresa cobrir todos os seus custos e despesas, fixos e variáveis. Operar abaixo desse nível significa que o negócio está operando no prejuízo, já ao ultrapassá-lo, indica que há geração de lucro e sustentabilidade no modelo operacional.

Esse indicador é essencial para avaliar a saúde financeira da empresa, ao permitir entender com clareza qual é o faturamento mínimo necessário para que a operação se mantenha viável. 

Empresas que conhecem bem seu ponto de equilíbrio conseguem tomar decisões mais assertivas sobre precificação, expansão e investimentos, protegendo a rentabilidade do negócio mesmo em cenários adversos.

Como medir a saúde financeira da sua empresa?

A seguir, confira um roteiro prático que pode ser aplicado na rotina do seu negócio para diagnosticar a situação financeira com mais clareza e embasamento: 

1. Organize e classifique os dados financeiros

O primeiro passo é organizar e classificar os dados financeiros, juntando todas as receitas, despesas, investimentos e dívidas em categorias claras. Usar um bom sistema de gestão pode facilitar muito esse processo, evitando erros e garantindo maior precisão.

2. Analise os relatórios financeiros

Em seguida, é fundamental analisar os relatórios financeiros de forma estratégica — não apenas para acompanhar resultados passados, mas para tomar decisões com base em dados concretos.

Relatórios como demonstrativos de resultado, balanço patrimonial e fluxo de caixa devem ser interpretados com consistência e visão de futuro. Por isso, contar com um serviço de Outsourcing Contábil pode ser decisivo nesse processo, garantindo precisão técnica, conformidade com normas e uma visão mais clara da real situação do negócio.

3. Compare resultados ao longo do tempo

Outro ponto essencial na análise da saúde financeira da empresa é comparar os resultados financeiros ao longo do tempo. Identificar se a empresa está em crescimento, estagnação ou declínio permite agir com antecedência e precisão.

Essa avaliação só é possível com a elaboração periódica de balancetes e demonstrações contábeis confiáveis, como o Balanço Patrimonial, DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) e DFC (Fluxo de Caixa). Esses documentos funcionam como um raio-x da empresa e ajudam a identificar padrões, sazonalidades e tendências.

4. Avalie os principais indicadores

Além disso, é fundamental avaliar com regularidade os principais indicadores financeiros e econômicos, entre os mais importantes para a saúde da empresa estão:

  • índices de liquidez, que demonstram a capacidade da empresa de honrar suas obrigações no curto prazo;
  • índices de endividamento, que medem a proporção de capital de terceiros na estrutura financeira;
  • índices de lucratividade, que indicam quanto a empresa ganha em relação ao que fatura;
    índices de rentabilidade, que avaliam o retorno sobre o capital investido;
  • Índices de Rotatividade, que ajudam a entender a eficiência no uso de estoques, ativos e capital de giro.

Ignorar esses indicadores é operar no escuro e isso pode comprometer tanto o crescimento quanto a sustentabilidade do negócio. 

5. Conte com especialistas

Po fim, contar com especialistas pode fazer toda a diferença. Muitas empresas optam pela terceirização contábil e financeira, garantindo uma análise técnica e imparcial. 

Se você quiser saber mais sobre esse assunto, confira o nosso artigo sobre como a terceirização contábil pode ser a chave para o sucesso da sua empresa.

O que sua empresa pode fazer para melhorar a gestão financeira?

Agora que você já sabe como medir a saúde financeira do seu negócio, é hora de aplicar estratégias que fortaleçam essa base e impulsionem os resultados. Confira abaixo as principais práticas recomendadas:

  • crie um planejamento financeiro anual, considerando diferentes cenários econômicos e definindo metas claras, realistas e mensuráveis;
  • implemente sistemas de conciliação bancária e gestão de fluxo de caixa, para garantir maior controle, previsibilidade e evitar surpresas desagradáveis;
  • estabeleça metas de lucratividade e redução de despesas com base em dados concretos e não em suposições para melhorar a margem operacional;
  • tenha relatórios financeiros personalizados e estratégicos, capazes de traduzir os dados em insights valiosos para a tomada de decisão; 
  • considere terceirizar o setor financeiro com especialistas, como os da Go Further Group, para ganhar produtividade, eficiência e inovação na gestão do dia a dia.

Mais do que simplesmente controlar números, uma boa gestão financeira é sobre ter inteligência estratégica para crescer com previsibilidade e segurança.

Se você gostou desta leitura, aproveite e leia também nosso artigo sobre a importância dos relatórios financeiros e entenda como eles são fundamentais para o crescimento empresarial. 

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